sábado, 8 de agosto de 2009

Untitled-11

o amor são moscas
são vermes consumindo a carne podre esquecida do lado de fora da geladeira
não sangra, não dói, não geme
mas tá ali, no mesmo lugar
na mesa suja do almoço engolido às pressas
num canto do quadro daquele pintor famoso que cortou a própria orelha
na descarga não dada
na torneira pingando durante horas
no neon da fachada de um motel barato
na cama das putas do centro da cidade
tá dentro de mim, como sempre esteve
e eu já nem me importo
morro sempre no final.

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