quinta-feira, 30 de julho de 2009

Untitled-10

Ela quis dizer alguma coisa, mas qualquer palavra pareceria incapaz de descrever tudo aquilo que ela sentia.
E então, não disse nada.
Agarrou-se à presença dele quase como louca e foi feliz naqueles 2 minutos.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Untitled-9

Por uma vida mais poética
Por uma poesia mais (ou menos) concreta
E na concretude de tudo a mais sublime abstração

Abstrato, o infinito
Incompleto e invisível
O limite da razão
E a certeza de um não

Por vezes incompreensível
Rabiscando o fim da história
E ponto final.

Untitled-8

O fato é que a gente acaba se acostumando
e os pensamentos não tomam forma
esperando por certa dose de lirismo
desaprendi a escrever palavras bonitas.

Ele volta, eu sei. Depois do meio-dia.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Untitled-7

Ele vinha, na sua beleza habitual, como quem não esperava nada além de um abraço sincero. Abracei-o, entregando-lhe meu corpo e meu ser num desespero angustiante. Ele não podia ser meu. Eu não podia ser dele. Nos afastamos, tendo a certeza de que ainda não estávamos prontos pra tudo aquilo que queríamos. A espera nos matava. E tentávamos nos entregar, mesmo sabendo que não era a hora.
E então veio o silêncio.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Untitled-6

Ela tenta encontrar o amor em pedaços de papel embolados no canto do quarto, mas o amor não estava lá. Ela o encontra num sorriso, num olhar, nos óculos, na mão repousada sobre seu ombro.

- Mas e ele?
- Ele vai bem, obrigada.

Untitled-5

Você não sabe, mas eu entendo perfeitamente. Talvez até melhor do que você. Você apenas sente... E eu compreendo. Ou talvez não. Penso em te ligar. O telefone toca. Eu não atendo. (Eu nunca atendo). Então tá combinado, a gente se encontra à noite (se eu não mudar de ideia). Não tenho muita coisa pra falar. Eu preferia nem ter que falar... Hoje eu não te vi. Mudou alguma coisa? Fico ensaiando coisas pra dizer. (Eu nunca sei o que dizer). Talvez dessa vez eu não esqueça. Queria que chovesse hoje. Já está tudo planejado. A roupa, a hora, as palavras, os sorrisos. Mas sempre quando você chega, eu esqueço tudo.

sábado, 18 de julho de 2009

Untitled-4

palavras nem sempre bondosas. gestos naturais. medo de sentir medo. AD INFINITUM. o medo de si. sentir. amar e odiar. o que é de César, dar a todos. sem pedidos de desculpas. implorar. sempre mais. amanhã... nunca mais. a morte como a maior expressão da vida. pensamento. o fim de tudo no fim de cada um. cada um é só mais um e pronto! sempre o mesmo, a esmo. no chão ou no céu. é o mesmo. tudo estável. sempre. assim como o mar. sempre. cada um é eterno dentro de si e dentro de todos. ao mesmo tempo. eterno e efêmero. a substância, o contorno, o plástico de bolhas, a luva. nunca é não. sempre em mim. você em mim. assim...

Untitled-3

Quase uma dor
Mas nunca prazer
Talvez um amor
Mas que dure para sempre
Nem que seja com morfina

Uma noite escura
E um alívio momentâneo
A verdadeira cura para o verdadeiro mal
Mais 3 minutos e será perfeito
Como uma criança dormindo
Entre os escombros

Uma vida inteira
Porém bastante irreal
É agora que se vê
Frases feitas e
O infinito silêncio

Untitled-2

Diria que é apenas diferente. Sem mais adjetivos. Sem segundas intenções. Nem certezas. Nem soluções. Incrivelmente perfeito. Sem levantar suspeitas. Resquícios de outros ventos. Felizes. Amanhã tem mais. Quem sabe. Ainda que seja incompleto. Injusto. Ainda que nada seja. Novos sons. Sonhos. Por que não? Sim. É isso mesmo. Mesmo que não aconteça. A esmo. Olhares não tão desencontrados. Ensaios para um sorriso qualquer, sem graça. As mesmas impressões. Ilusões. Asas de cera. Placebo. Vício. Morfina. Talvez não. Apenas o pensamento... Contagem regressiva. Coragem. Pra que mais? É sempre tão bom enquanto nada acontece. Esquece! Basta imaginar. Nada além da vontade de estar por aqui. Talvez outro lugar.

Untitled-1

Era tanta coisa que eu tinha pra falar e agora já é nada. Foi brusco o esquecimento. Era uma vontade tão imensa que eu nem conseguiria deixar pra depois. Mas, mesmo assim, ficou pra depois. Assim como todo o tempo futuro de nós dois. Ficou para depois do pôr-do-sol, depois do Nunca Mais. Ainda não sei se realmente entenderíamos essas coisas que, às vezes, me parecem extremamente abstratas. Não creio que sejamos assim: tão especiais. Nos falta todo o resto. E o resto é tudo. O que jamais poderíamos ter. É um fim antes do começo.